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Storytelling, expectativas e identidade

Forrest Gump

Mama says life is a box of chocolate… You’ll never know what you’re gonna get”. Essa é a primeira frase que me vem à cabeça quando alguém menciona Forrest Gump. Em português, o título é acrescido de “O Contador de Histórias” e é exatamente aí que o filme ganha o paralelo com o storytelling que imaginei.

Durante o filme, o próprio Forrest conta sua história e consegue prender a atenção daqueles  que estão envolvidos na trama – e em especial quem está assistindo. Saber contar não é para todo mundo e, na verdade, são muitos aqueles que dão com os burros n’água de um jeito impressionante.

Um bom storyteller precisa saber usar elementos que atraiam a atenção da sua audiência para que ela permaneça ouvindo. É claro que nem sempre todo mundo vai ouvir o que você tem a dizer, mas é certo que alguém vai parar para saber e é neste momento que você precisa ter algo incrível para que essa pessoa escute.

Imaginação e expectativa

Essas duas coisas são intangíveis e têm um valor muito alto quando estamos falando de um público heterogêneo. Cada um espera algo diferente. Faça um experimento: descreva uma fotografia para dois ou três amigos e, em seguida, mostre a imagem a eles. Depois, tente responder:

  • Eles imaginaram a fotografia do jeito que ela realmente é ou fizeram interpretações diferentes do seu relato?
  • Você criou algum tipo de expectativa neles enquanto contava?
  • Você deixou de contar alguma coisa ou exagerou em algum momento?
  • Eles ficaram decepcionados, satisfeitos ou surpresos com a imagem?

Tudo isso serve para você começar a compreender melhor como se deve usar recursos narrativos para manter seu público atento. Neste caso, saber fracionar a história é um trunfo importantíssimo.

Continua no próximo episódio…

Quantas vezes você não ficou com raiva dessa frase ao lê-la no final de um seriado? Justo quando o bandido está prestes a ser preso o letreiro maldito aparece e suspende a sua expectativa para mais um episódio. Este é um recurso muito válido para fazer com que as pessoas mantenham o interesse na sua história.

Por isso, pense em fracionar seu conteúdo para que o interesse não acabe em apenas uma parte. Não pense que o seu conteúdo ficará restrito a apenas quem acompanha desde o início. Como a história estará dividida, outras pessoas podem buscar episódios antigos para entender como a trama chegou naquele determinado ponto.

Dar continuidade a uma história significa elaborar conteúdo o suficiente para gerar uma “saga” completa, com personagens complexos, vilões e obstáculos faz com que as chances de identificação com o público aumente. Mais uma vez: quando uma história é bem contada, as pessoas costumam lembrar dela.

Identificação pode virar engajamento

Quando há identificação, as chances de engajamento são ainda maiores. Histórias bem contadas nas redes sociais têm o trunfo de aproximar pessoas que compartilham interesses. Um bom exemplo de storytelling é a Happines Factory, da Coca-Cola. Porém, o mais recente e impactante deles foi a campanha Kony 2012.

Munida de um vilão perigoso, vítimas indefesas e uma promessa de união para derrotá-lo, a ONG “Invisible Children” soube contar essa história de um jeito bastante envolvente. Quem assistiu ao vídeo de mais de meia hora conseguiu sentir raiva, compaixão e até mesmo vontade de participar da ação.

Como já foi desvendado, o vídeo Kony 2012 relatou uma realidade que não é mais atual – mas nem por isso mentirosa. As imagens têm cerca de dez anos e ninguém sabe ao certo o que foi feito com o dinheiro doado, tampouco a sua verdadeira origem.

Uma coisa é inegável sobre o caso: a estratégia nas mídias digitais foi perfeita. Soube engajar e comover milhares de pessoas. Portanto, a escolha dos canais e fragmentos da história que serão publicados nestes deve ser bem estudada. Com isso, você estará trabalhando com transmidiatic storytelling, ou seja, histórias contadas em meios diferentes.

Qual é a sua história?

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