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[Entrevista] Klaus Junginger, o SEO, as redes e o jornalismo

Hoje estreamos uma nova categoria no Social41: as entrevistas. A ideia aqui é convidar quem realmente entende dos assuntos relacionados às novas mídias, marketing digital e redes sociais para contar um pouco da sua experiência e comentar tendências e novidades da área. O primeiro entrevistado é o jornalista especializado em Search Engine Optimization, Klaus Junginger.

Com passagem pela redação do IDGNOW!, Computer World e também pela edição do Portal Imprensa, Klaus Junginger se dedica aos cursos de SEO para redatores e jornalistas. Além disso, também produz artigos para diversos sites de tecnologia e possui publicações em periódicos estrangeiros.

Agora que você já tem um breve perfil de Klaus Junginger, vamos à entrevista!

Klaus Junginger

MOT – Klaus, como surgiu a ideia de trabalhar com SEO voltado para o jornalismo? Foi uma necessidade ou uma oportunidade?

KLAUS JUNGINGER – Ouvi falar em SEO pela primeira vez em 2009, quando eu trabalhava em uma agência em Curitiba. Eu estava lá trabalhando e apareceu um cara para conversar com o dono. Ele chegou dizendo algo como “os seus jornalistas vão precisar mudar o jeito de escrever” e que seria necessário alterar um pouco o estilo de escrita. Naquela hora eu achei um absurdo, como alguém aparece e quer mudar o meu jeito de escrever?

Acontece que eu tive a sorte de perceber que não se tratava de uma mudança absurda. O jornalista não seria “agredido” pelo SEO de maneira alguma! Se tratava do simples ato de ir até o leitor, onde quer que ele estivesse. Ao usar o SEO, eu estou aproximando o meu artigo de quem vai ler.

Isso é bastante vantajoso, pois eu estarei oferecendo a informação que o leitor quer, na linguagem dele, sem que ele precise procurar leituras mais elaboradas para compreender aquilo que eu estou falando. É claro que não se trata de uma inversão de papéis – o leitor não vai começar a pautar o jornalista – mas eu passo a fornecer conteúdos específicos quando noto a necessidade do público.

MOT -Como você vê o crescimento das mídias sociais hoje? O Social Media Optimization é um bom caminho a seguir?

KJ – Primeiramente, não acredito que exista um especialista de mídias sociais. Nós estamos na “primeira infância” das redes sociais e por isso eu acho impossível que exista algum especialista nesse assunto. Não costumo me aventurar nessa área, mas posso dizer que o verdadeiro “especialista em mídias sociais” é o próprio usuário.

É ele quem vai coordenar seus perfis de Facebook, Tumblr, blog – porque a blogosfera é uma grande rede social. Neste espaço (nos blogs) as pessoas trocam ideias, comentários, assinam feeds, trocam guest posts… O que seria isso senão uma rede social? Claro que este formato é mais complexo do que apenas clicar em um “OK” ou “Curtir”, mas não deixa de ser uma importante plataforma social.

Hoje eu vejo muitas interações interessantes acontecendo no Facebook, comentários bacanas, pessoas dizendo “gostei” ou “não gostei”… Acredito que as redes sociais são uma excelente maneira de perfilar os consumidores das marcas, saber quais produtos e serviços agradam usuários de faixas etárias diferentes. Este é um trabalho muito inteligente nas redes sociais.

Porém, eu acho que é inútil correr atrás de fãs quando não se sabe no que serão convertidos para a marca. Qual é a fidelidade de um cara que “curtiu” um post que você inseriu hoje? Ele vai retwittar? Ele vai gerar tráfego ou responder um formulário? O que você vai fazer com este cara? Um “curtir” pode ser comprado, tweet pode ser comprado e assim por diante. Por isso, eu pergunto qual é a relevância dessa curadoria toda que as pessoas buscam na rede social…

Entretanto, essas mesmas redes sociais são supergeradores de tráfego! A quantidade de visitas originadas desses endereços é impressionante.

MOT -Qual a sua opinião sobre os hypes oportunistas? Eles movimentam muito a busca pela notícia, mas até que ponto isso é saudável para o consumo de informações?

KJ – Acho perfeitamente válido ter um blog que seja baseado apenas em gerar tráfego, afinal a economia na internet precisa ter o seu desenvolvimento. Por isso, não critico a qualidade de conteúdo de um site feito para gerar receita com AdSense. O trabalho necessário para manter um site desses funcionando é tremendo!

Agora mesmo, provavelmente, tem alguém comprando o domínio do Palio 2013 e atacando a palavra-chave com eficiência. O trabalho que um cara desses tem é de dar inveja a muito editor de portal, hoje em dia. Muita gente tenta mas poucos conseguem ganhar dinheiro com hypes e AdSense. Por isso, acho que não tem nada errado, desde que seja bastante competente.

Porém, estes portais ficam pouco tempo nos Top 5 das SERPs. Entretanto, tudo vai depender da palavra chave usada. Um grande portal de notícia pode perder no ranking para um site com maior autoridade de domínio.

MOT – O que o jornalista focado em SEO costuma fazer? Quais ferramentas ele precisa para trabalhar?

KJ – Acredito que um bom editor, um bom jornalista, é um excelente profissional de search. Lembro de ter dito isso logo que entrei no IDGNOW!: o jornalista é um SEO nato. Ele dá a informação rápido, mas não produz conteúdos amigáveis aos buscadores apenas. Ele é econômico com as palavras e não com o conteúdo. O jornalista e o profissional de redação tem uma grande vantagem, hoje. Se ele souber estiver por dentro do que é o Search, estará à frente.

As ferramentas que eu uso são bem básicas: as buscas relacionadas do Google, o “Google Suggest” e vez ou outra, para responder dúvidas, eu uso o “Google Insights for Search”. Em casos em que eu preciso recorrer ao Insights, geralmente é necessário medir comportamentos e outras características daquelas palavras.

Apesar de recorrer a essas ferramentas, eu nunca escrevo basedo nelas. Acho até um desperdício alguém sentar para escrever e antes consultar ferramentas. O ideal é usar as ferramentas para tirar dúvidas. Outro erro é sentar para escrever com uma lista de palavras-chave.

O redator precisa ter o search na sua corrente sanguínea. Se não for assim, se ele estiver condicionado apenas às palavras-chave, o texto ficará impossível de ser compreendido. A melhor opção é escrever livremente e depois aplicar as técnicas de SEO conforme for conveniente, como usar uma palavra importante no início do título.
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E aí? O que você achou da primeira entrevista? Dê a sua opinião nos comentários!