Vamos imaginar a seguinte situação: você precisa criar uma estratégia de conteúdo para uma marca qualquer. Isso envolve o site, redes sociais e uma série de outras coisas, correto? Corretíssimo. Ok, agora vamos entender um pouquinho sobre “conteúdo” – a palavra “conteúdo”.
O conteúdo do pacote. O conteúdo do copo. O conteúdo da aula. O conteúdo do vaso. Está contido no grupo. Conter coisas é algo que só estruturas podem fazer. Neste caso estamos falando de estruturas físicas e também daquelas que a gente não consegue tocar, ou seja, as intangíveis.
Este é o ponto em que eu quero chegar: as estruturas. Toda estrutura precisa ter seu design, sua arquitetura e organização. Do contrário, não temos uma estrutura e sim um emaranhado de coisas desconexas. A gente sabe, também, que as estruturas precisam ser apresentadas ao público de maneira interessante – essa é a interdependência entre conteúdo e design.
Estrutura + conteúdo
Quer um exemplo de como essas duas coisas dependem uma da outra? Pense na Ópera de Arame. A Ópera de Arame é um dos lugares mais bonitos de Curitiba. Trata-se de um espaço para espetáculos (música, teatro, palestras etc) que é todo feito em metal e placas transparentes de policarbonato. Tudo lá é incrivelmente bonito, uma verdadeira obra de arte projetada por Domingos Bongestabs.
Entretanto, sem ter um show, peça de teatro ou palestra, a Ópera de Arame é só um lugar bonito de se admirar. O que faz com que as pessoas fiquem lá por mais tempo é o conteúdo. O conteúdo é o que leva as pessoas até lá – além da arquitetura.
Estrutura + funcionalidade
É claro que a estética é algo importante. Porém, precisamos nos lembrar de que as coisas precisam ser funcionais também. Sendo assim, como alguém poderia assistir a um espetáculo na Ópera de Arame se não houvessem portas e placas indicativas? Como alguém assistiria a um espetáculo se não houvessem cadeiras? Ou pior! Se as cadeiras estivessem viradas de costas para o palco?
Pois é. Precisamos que a nossa interface possibilite e ajude o conteúdo a ser consumido da melhor maneira possível. Sem isso, todo o nosso esforço terá sido em vão. Mas como eu faço isso?
O primeiro passo é começar a criar rascunhos. Você tem um site? Ótimo! Ele é funcional? Bom, isso você precisa verificar com as pessoas que consomem informações nele. Isso mesmo. Converse com o seu público. Eles saberão dizer onde têm grandes dificuldades.
Contudo, existe um profissional que precisa ser o melhor amigo do estrategista de conteúdo: o designer de interfaces, também conhecido como UX designer. Ele é o responsável por traduzir o sentimento do usuário em um sistema lógico e que faça sentido, de maneira organizada.
Alguns atributos observados pelo UX designer são:
- Facilidade de uso;
- Percepção de valor desse sistema;
- Eficiência em realizar tarefas;
Existe uma frase de Jef Raskin que diz o seguinte:
“Uma interface humana e bem desenhada não precisa ser dividida em categorias para iniciantes e experts”
Em outras palavras, o seu site não deve ter áreas complexas. O usuário quer encontrar qualquer coisa a qualquer momento. Lembram-se daquele conceito do Youtility do qual já falamos outras vezes? Precisamos entregar a informação de maneira que o usuário possa se servir dela sozinho, sem precisarmos guiá-lo.
Existe outra referência que você precisa conhecer para começar a conversar melhor com o seu parceiro, o UX designer. Estamos falando do livro “Não me faça pensar”, de Steve Krug. Neste livro, o autor fala sobre elementos básicos da usabilidade das interfaces para que você comece a ter noções do assunto – o que é absolutamente fantástico para você iniciar sua jornada.
Sendo assim, comece a pensar também na usabilidade do seu conteúdo e na disposição dele dentro do seu site, blog, e-commerce, aplicativo e qualquer outro canal em que você possa editar o layout. Às vezes a solução para aquele problemão era só mudar um item de lugar e você aí, se desesperando.
Dica: converse com um designer de interfaces (UX designer). Sua vida vai melhorar bastante 🙂