Antes de produzir materiais e campanhas externas incríveis, pense em quem está dentro de casa. O marketing interno pode ser uma das estratégias mais importantes na hora de explicar as vantagens competitivas do seu produto, serviço e da empresa como um todo.
Joe Pulizzi cita um trecho do artigo de Don Schultz para a revista BtoB, escrito em 2003. Leia abaixo a tradução:
O marketing interno é ainda mais vital do que o marketing externo. São os funcionários que têm contato direto com o consumidor, e não marketing externo, que levam à aquisição e retenção. Solução: Invista no marketing, branding e promoção internos. Trabalha com o RH, TI e operações para envolver os funcionários envolvidos na cadeia de demandas.”
A verdade é que não há ninguém melhor do que quem trabalha todos os dias dentro daquela empresa para defender e explicar – em outras palavras, cada um dos funcionários são seus melhores advogados de marca. Pessoas se relacionam com outras pessoas. Portanto, a sua marca é, sim, humana.
Uma das maneiras de fazer isso é contar a história da marca através do brand storytelling.
O que é brand storytelling?
Você já deve estar familiarizado com o conceito de storytelling. A aplicação da habilidade de contar histórias sobre a marca é um exercício ainda maior, pois envolve levantar uma série de cenários e perfis (personas). Perguntas como “como está o mercado?”; “como os concorrentes estão situados?” e todas aquelas que começam com “e se…” devem ser feitas.
Com isso, a jornada do herói do marketing de conteúdo pode ter andamento e o panorama fica ainda mais lógico. É importante, também, saber que a sua zona de conforto vai ser posta em cheque diversas vezes, já que parte deste exercício é trabalhar com tópicos não familiares. É o momento de ruptura, que vai definir o diferencial da marca em relação aos concorrentes.
A ampulheta do marketing interno
Todo este trabalho de brand storytelling tem como objetivo guiar para contratar e manter os futuros advogados da sua marca. O público interno deve saber se comunicar com o externo e, por isso, é importante trabalhar muito bem as lideranças. As histórias que você vai contar interessam tanto ao consumidor quanto aos profissionais gabaritados que você quer contratar.
Sendo assim, deixe evidente os modelos de cultura organizacional, liderança, crescimento e desafios que a empresa possui. Isso fará com que o “cara certo” venha a fazer parte do seu time e é ele quem vai conseguir satisfazer, reter, fidelizar e evangelizar o seu público-alvo.
Saiba comunicar
Trabalhar a entrega da mensagem com o seu público interno exige uma capacidade enorme de saber ligar os pontos da forma correta. Do contrário, a sua marca acaba correndo o risco de se tornar totalmente artificial. Você com certeza já sentiu algo estranho no ar, algo forçado:
O pessoal do Porta dos Fundos conseguiu exemplificar muito bem a estratégia esquisita que algumas franquias usam para “se aproximar do cliente”. A ideia de fazer com que a marca seja amiga do consumidor acaba criando uma situação desconfortável para todo mundo. O funcionário não está à vontade e o cliente fica claramente exposto.
Em casos como este é preciso pensar em uma reformulação da cultura da empresa ao local e ao contexto em que ela está inserida. Nem sempre o modelo global vai funcionar e você precisa conhecer muito bem o contexto daquela região para criar conteúdo e relacionamento de qualidade.