fbpx
Pular para o conteúdo
wpid facebook screen

Por que a pesquisa de Princeton sobre o Facebook significa a estabilização da web?

Sabe quando uma matéria começa com “estudos indicam que…”? Pois bem, ela já tem boas chances de cair em descrédito. Porém, quando abrimos o link e nos deparamos com nomes de peso como a Universidade de Princeton, às vezes tendemos a encontrar alguma verdade.

No último dia 23 de janeiro, a revista Veja publicou uma matéria com uma pesquisa realizada pela Princeton em que os cientistas afirmavam que até 2017 o Facebook perderia 80% da sua base de usuários. Um número alarmante desse provocou algum alvoroço.

Admito que até eu mesma cheguei a ironizar a ideia de quem acredita que o Facebook duraria “para sempre”. Ainda assim, ainda mantenho essa opinião, parcialmente. Não quero dizer que concordo com a pesquisa. A verdade é que a pesquisa de Princeton (e todas as outras notícias que querem prever a morte do Facebook) indicam algo bastante importante que pouca gente comenta.

A Camila Porto, que dispensa apresentações quando o assunto é Facebook Marketing, conseguiu sintetizar bem a situação verdadeira em um comentário que vez na sua própria timeline no Facebook: “Não acredito que o Facebook manterá o mesmo fôlego. Isso é natural em todo o ciclo de vida de um produto, que passa por varias fases: lançamento, maturidade e queda. Mas, sugiro muito que paremos de ler apenas o título de uma matéria, ainda mais da Veja, e propaguemos essas pesquisas, que considero bem duvidosas”.

A chegada da fase de estabilização

Todo produto tem seu ciclo de vida, como bem disse a Camila. Como estamos em um meio relativamente novo em relação a todos os outros, é natural que o mercado fique constante expectativa de novos produtos, novos blockbusters e de uma fórmula mágica que sempre funcione.

Entretanto, assim como todos os outros formatos de mídia, a web vai entrar em estabilização. E, na minha humilde opinião, já começamos a enxergar os primeiros sintomas dessa fase. Reitero o que disse no tópico que abri na rede do amigo Mark: É lógico que o Facebook não vai durar para sempre, mas o que provavelmente vai acontecer é a mudança do modelo de negócios. Essa é a diferença entre Facebook e Orkut. As duas redes têm premissas bem parecidas, mas o Orkut não soube “pivotar”. O Facebook tem a liberdade de passar a gerar receita com várias coisas diferentes (algumas bem sacanas, aliás… ). Por isso acho que a estabilização está por vir.

Se você não está familiarizado com o termo “pivotar”, eu explico. Pivotar significa a mudança de rumo que uma empresa toma quando as coisas não vão bem por algum motivo ou se a diretoria decide optar por um caminho mais interessante.

O Saulo Marti, CEO da Vitrina, comentou no tópico da minha timeline e afirmou o seguinte: “Eu acho que o Facebook atingiu um nível de maturidade que o Orkut e o Myspace nunca conseguiram, por isso que eles têm essa liberdade. Eu não acho que seja uma empresa que vai morrer, apesar de que o produto vai sim, como você mesma colocou, pivotar. Empresa que não evolui morre, mas o FB já provou que sabe evoluir”.

Garantia de sobrevida

Outro comentário interessante que o Saulo fez também reforça a ideia de que o Facebook continua com seu espaço garantido por mais tempo. Ele disse que “mesmo se ele perdesse tudo isso, ele ainda teria potencial para alcançar mais ainda e até lá ele vai ter comprado outras empresas (como o Instagram etc). Sem contar que o Facebook é uma plataforma de desenvolvimento e de login fácil, ao contrário das demais redes sociais, que nasceram e morreram. Eu acho que o Facebook pode mudar, mas não morrer”.

Inconsistências da pesquisa de Princeton

A metodologia “correlação é igual à causa” utilizada pelos cientistas de Princeton se mostrou imensamente falha. Apesar de que muitos de nós utilizamos o Google Trends para determinar tendências de consumo, ele não deve ser o fim e sim o início do questionamento e da produção de um argumento.

Também acredito que usar fórmulas matemáticas de dispersão de doenças contagiosas para predizer o comportamento humano é algo bastante complicado. Ainda que as teorias de comunicação e comportamento em massa construam argumentos bastante semelhantes a uma doença, não podemos classificar a adesão ou não a um produto ou serviço como uma doença.

Por mais que as “hordas” de usuários se desloquem de um produto líder para outro, o que começamos a ver nessa etapa de estabilização é um fluxo muito mais disperso do que de costume. Um dos principais elementos que invalidam a metodologia dessa pesquisa é o fato de que os cientistas não consideraram o mobile.

O número de buscas por “Facebook” caiu, sim. O número de usuários em smartphones cresceu, sim. Veja o gráfico abaixo, retirado do TechCrunch:

E você, o que acha? Na sua opinião, o que vai acontecer com o Facebook?