Empowerment do consumidor, interatividade, personalidade de marca e uma história envolvente. Esses elementos compõem uma sequência bastante visada em qualquer estratégia de marketing digital por razões óbvias. É legal ser “descolado” e interagir com os clientes. Mas voltamos a um dos primeiros posts do blog, porém com outro ponto de vista.
Você já avaliou sobre a real necessidade da sua marca ser “social”. Agora reflita sobre ela ter pontos de imersão. Vamos lá… Digamos que você vende papel higiênico e quer contar uma história porque ouviu em algum lugar que a onda da vez é o storytelling. Ótimo! O que você vai contar? Pois é… Alguns produtos são complicados.
Saber contar uma história nem sempre é tão fácil assim e é ainda mais difícil fazer com que ela consiga fazer com que o seu consumidor se sinta “imerso” no universo da sua marca. Pouquíssimas conseguem fazer isso e, normalmente, essas marcas já são franquias de entretenimento muito bem conhecidas.
Quer um exemplo?
O Batman. Desde 1939 o Homem-Morcego combate não só o crime mas as mais variadas formas de anomalias comportamentais dos seres humanos. Quanto mais “doentios” são os vilões, mais intrigante a história fica e por isso, imersiva.
O lançamento do filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas” foi além do básico e colocou o “da poltrona” (um beijo pro Didi) trabalhando ao lado do Coringa mesmo sem querer. Tudo o que a pessoa precisava fazer era acessar o www.whysoserious.com e participar de um jogo que envolvia ir até endereços e buscar objetos.
Uma dessas etapas envolvia ir até um restaurante e dizer que buscaria uma encomenda destinada a alguém chamado “Robin Banks”. Agora pense na cena de abertura do filme. O que o Coringa está fazendo? Roubando um banco. Voltando à ação… O garçom logo traria um bolo que tinha um celular em meio ao recheio de chocolate.
Pronto. Agora não tinha mais volta, o fã estava ligado à série e deveria manter o celular sempre carregado e ligado para receber instruções do Coringa. É ou não é genial?
Como funcionaria para mim?
É claro que o consumidor de papel higiênico ou pasta de dente não está lá muito interessado em participar de algo tão imersivo e que demande tanta disposição só para estar engajado com a maciez e folhas quíntuplas. Por isso, é importante avaliar se a sua marca tem algo a dizer além dos benefícios imediatos que o produto proporciona.
Porém, muita gente se esquece dos usos extrapolados de um produto que – estes sim têm uma narrativa interessante. O papel higiênico não serve apenas para os usos óbvios e que atire a primeira pedra quem nunca fez guerra de papel higiênico molhado ou usou o rolinho de papelão como material da aula de artes no colégio!
Por isso, é importante agregar algo além do óbvio daquilo que você promete entregar com o produto. Deixe que ele fale por si só. É claro que existem produtos mais difícieis de se agregar características divertidas ou até mesmo emocionantes.
O mais importante nisso tudo é ser honesto com o seu consumidor e saber que ele não vai morrer de vontade de participar da sua promoção/história/concurso/ações em geral se a recompensa não for boa (vamos falar mais sobre recompensa em outro momento). E lembre-se a recompensa, falando em termos “planejáveis”, depende de três coisas: a cultura da sua empresa, a verba e da sua habilidade em tornar todas essas limitações em algo atrativo o suficiente.
Por fim, não se esqueça do mais importante: escolha um jeito de demonstrar o valor da sua ação para o seu chefe, ou seja, se não é mensurável, não é um KPI!